Fomos até ao Atalho Real, num dia de semana e à hora de almoço.
Para quem aprecia carne, sem grandes truques. Só bom corte, ponto certo, tempero simples, qualidade e sabor. Descontracção e boa mesa é o que se quer.


Para os mais cépticos e para quem não quer arriscar-se a perder a sua hora de almoço no trânsito, será de esperar alguma relutância em ir até ao Príncipe Real almoçar num dia de trabalho.
Mas não há que temer já que o Atalho disponibiliza estacionamento gratuito para clientes. É ir descansadinho e aproveitar.





O espaço tem uma decoração simples, acolhedora graças ao tom quente da madeira, e até misteriosa para quem fica resguardado numa das salas interiores.
O mistério vem também da arquitectura do espaço, já que o restaurante Atalho fica no antigo palacete Ribeiro da Cunha, onde a antiga cozinha do palácio foi adaptada para o efeito.




















No Verão a esplanada rodeada de árvores que convidam também a espreitar o Jardim Botânico, é ideal para descontrair enquanto se desfruta da refeição.

Bom para desfrutar entre amigos, para algo mais íntimo ou até para um devaneio para desfrutar do silêncio de uma refeição a sós, só connosco.
No final da refeição acabaram por me mostrar a nova sala do restaurante, mais resguardada e intimista.




Bora espreitar?

Morada

Príncipe Real
Calçada Patriarcal, 40
1250-182 Lisboa

Tel. +351 213 460 311

Horário

Todos os dias
12h – 24h

Fim de semana pede brunch, pede manhãs demoradas arrastadas pela tarde. Pede aquecer o estômago, aquecer a alma. Pede sentar à mesa com conversas longas e conviver com amigos.

Este sábado fomos até ao Café Com Calma, experimentar o brunch, sendo que eu optei pela versão vegetariana para experimentar.

Os talheres vêm em paninhos, com um padrão que nos faz lembrar os saquinhos que antigamente levávamos - juntamente com a marmita - para a  escola. Vem primeiro a sopa, servida numa chávena de vidro. Vem depois o brunch completo num prato grande. Ao centro um ovo em cocotte com tomate cherry. Em redor deliciamos a vista com um pequeno hamburguer, croissants, compotas, brownie, queijo, pudim de chia salpicado de uma mini-salada de fruta e até batata doce.











Um espaço com pinta com detalhes vintage e kitsch. Entra-se pelas portas em ferro de cor verde e pisa-se o chão com padrão de mosaico hidráulico. Nas paredes os azulejos, os pratos e os cartazes como o da cerveja artesanal Sovina. Nas janelas os cortinados em crochet. Ao canto um telefone de discar e livros antigos a decorar. Nas mesas potes em esmalte dizem olá às refeições.






























Perto do rio, assente num dos bairros mais marcados pela indústria, recheado de memórias de outrora.
Marvila, Beato, Xabregas, deixam a sombra  dos tempos áureos das várias fábricas que rodavam ali as suas rodas dentadas.
O espírito que fica agora na zona oriental de Lisboa é de que muito já ali se fez, muito por ali mexeu - e ainda mexe mas de outra forma. Quando lá passamos sentimos uma zona marcada pelo trabalho de força de mãos e braços. Mas marcada também pelos convívios na tasca da esquina, pelas 'Donas Elviras' e 'Marias' à janela, pelos bailaricos do bairro.





Os anos passaram, as fábricas fecharam, os armazéns degradaram-se. Hoje chega a Marvila uma nova vaga de gente com vontade de abrir espaços de cowork, de dar largas à imaginação em hubs criativos, levados até ali pelo espírito do antigo, pela estética minimalista dos velhos armazéns. É o olhar de quem vê paredes que caiem mas que têm tanto potencial - basta alguém pôr mãos à obra querer levantá-las de novo. E há uma forte probabilidade de esta vir a ser a próxima zona de Lisboa que irá ter um hype gigante.
Basta olharmos para o que era o antigamente do Parque das Nações, marcado pelas grandes infraestruturas industriais, como a refinaria da Petrogal e depósitos de produtos petrolíferos, entre outras e diversas instalações portuárias, e olharmos para o que é hoje.

Nasce uma nova Marvila, onde se pode explorar a criatividade e beber - ainda - café com calma.


Café Com Calma

morada
Rua do Açúcar, 10, Lisboa
(perto da Fábrica de Braço de Prata)

horários
Segunda a sexta-feira, 8h—18h. Sábado, 12h—17h.